quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Saiba mais sobre as FRATURAS DO ANTEBRAÇO NA CRIANÇA

O Presidente da sede regional do Paraná da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Roberto Luiz Sobania, fala sobre essas fraturas.

As fraturas do antebraço ocorrem normalmente devido a uma queda sobre o membro superior apoiado sobre o punho. Este é um problema de maior prevalência na infância e adolescência e corresponde de 30% a 50% de todas as lesões que acometem o esqueleto imaturo.

As fraturas de ambas as diáfises dos ossos do antebraço (rádio e ulna) são as mais comuns nesta região. A fratura isolada de uma delas é menos comum. Estas fraturas são a razão mais comum das crianças receberem cuidados ortopédicos e são consideradas como de tratamento complexo e com probabilidades de complicações se mal tratadas. ocorrência maior em crianças é devido à capacidade de deformidade óssea maior na idade mais nova, o que pode causar desde uma fratura plástica, onde não há lesão de nenhuma cortical, passando por fraturas incompletas, como as subperiostais, até as fraturas completas dos ossos do antebraço. No adulto deve ocorrer um trauma de maior energia e normalmente as fraturas são completas dos dois ossos do antebraço.  Nas crianças, quando bem tratadas elas evoluem muito bem desde que fiquem imobilizadas com gesso até a sua consolidação radiológica. Se forem mal tratadas ou se forem fraturas muito complexas, podem ocorrer sequelas, principalmente perda de movimento do antebraço em pronossupinação, causando dificuldades de fazer atividades de vida diária. "O tratamento cirúrgico deve ser deixado para casos especiais onde as reduções não são conseguidas."
Nas crianças, onde as fraturas são mais comuns, o tratamento é predominantemente conservador, sem cirurgia, com gesso braquiopalmar por pelo menos 8 semanas até a consolidação. Se necessário podem ser realizadas manobras de redução e então imobilizar. Quanto mais jovens as crianças, mais desvio se aceita, pois a remodelação óssea corrigirá o desvio. Quanto maior a idade, mais anatômica deve ser a redução e mais tempo ela demora para consolidar. O tratamento cirúrgico deve ser deixado para casos especiais onde as reduções não são conseguidas. Devem ser feitos acessos cirúrgicos para esta correção e consequente fixação (osteossíntese) com fios intramedulares ou, se o paciente for de uma idade maior (acima de 13 ou 14 anos), a fixação já pode ser feita com placas e parafusos, material este usado e indicado na maioria das fraturas dos adultos.
 

"Quando a fratura de ambos os ossos são no mesmo nível e transversas, indica um trauma direto sobre o antebraço."
 As fraturas do antebraço ocorrem normalmente devido a uma queda sobre o membro superior apoiado sobre o punho. Por um mecanismo indireto de rotação, o antebraço fratura e desvia para anterior ou posterior e em diferentes níveis. Quando as fraturas de ambos os ossos são no mesmo nível e transversas, indica um trauma direto sobre o antebraço.
A

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Saiba mais sobre os TUMORES ÓSSEOS


Tumores ósseos

Os tumores do sistema músculo-esqueléticos são doenças raras e de difícil tratamento. Por tumor devemos entender qualquer massa que ocupe espaço em um órgão ou estrutura onde não deveria existir. Aí estão incluídas as doenças benignas e as malignas (câncer). Como são doenças raras, raros também são os médicos especialistas na área, já que existem pouquíssimos centros de treinamento com experiência  no diagnóstico e tratamento destas patologias no Brasil e no mundo. No meu caso, fui acompanhar o serviço de Oncologia Ortopédica do maior centro da área na Europa, quiçá no mundo, o Instituto Ortopédico Rizzoli de Bolonha / Itália, chefiado pelo Professor Mario Mercuri. Não menos importante foi meu estágio na Santa Casa de Porto Alegre com o caríssimo doutor Alexandre Davi, pois ali adquiri experiência aprendendo novas técnicas e levando em conta as limitações da saúde no nosso país.
O fato que mais me preocupa, desde que iniciei minha prática clínica, é o número de pacientes que são submetidos a procedimentos cirúrgicos por profissionais não especializados nesta área, o que na maior parte das vezes leva a resultados trágicos para o paciente e sua famíla. Vejo cirurgias feitas de forma desnecessária, cirurgias mal feitas ou cirurgias que demoraram para ser realizadas. O objetivo aqui não é apenas criticar aos colegas que se arriscam nesses tratamentos baseados no "achômetro", mas alertar ao público leigo no assunto, quanto ao risco a que se expõem.
O tratamento dessas lesões é complexo, exige experiência no assunto e uma ampla gama de conhecimentos que extrapolam ao dia-a-dia do ortopedista geral.
Não permita que profissionais sem especialização em Oncologia Ortopédica tratem de você ou de seu familiar. Se seu carro apresenta um problema mecânico, você não procura um eletricista automotivo. Os dois trabalham em carros, mas têm especializações muito diferentes. Da mesma forma, não pense que todos os médicos são iguais e detentores de todo o conhecimento em todas as áreas. Alguns pacientes até comentam - "Médico é médico, né, sabe o que está fazendo". Isso é uma presunção perigosa! É por isso que gastamos muito tempo e esforço para fazermos uma boa especialização e darmos a você o melhor tratamento, com a maior chance de cura.

Saiba mais sobre a DOR NA COLUNA


Dor na coluna

Tenho dor nas costas. Por que não melhoro?

A queixa de dor nas costas é um dos sintomas mais comuns no consultório do ortopedista e é uma das principais causas de falta ao trabalho no Brasil. Existem diversas causas para estas dores. A mais comum é a dor de origem mecânica por alterações dos discos intervertebrais, os quais são como verdadeiros amortecedores e se encontram entre os diversos corpos vertebrais da coluna.
Com o passar dos anos, esses discos doentes favorecem à formação dos famosos “bicos de papagaio”, que nada mais são do que uma reação do organismo para proteger-se dos fatores agressivos causadores de dor. Uma vez que haja o “desgaste” desses discos, não há como reverter o processo, ou seja, não há uma cura definitiva. O desgaste desses discos acontece naturalmente com o avançar da idade, mas pode acelerar-se por várias razões, principalmente a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo. Muitos pacientes procuram o médico pensando que não estão recebendo tratamento adequado, pois a dor não desaparece ou retorna depois de um tempo.

 O que acontece muitas vezes, é que tratam-se de pacientes com desgaste dos discos intervertebrais, obesos, fumantes e sedentários. Acreditam que existe um comprimido “mágico” que vai acabar com o problema. É claro que o medicamento tem um papel importante, porém as mudanças no estilo de vida têm o maior impacto na melhora da dor a longo prazo. É fundamental a conscientização do doente de que atividade física orientada, alongamentos, parada do fumo e perda de peso são condições indispensáveis para o controle da doença.

 Felizmente, são poucos os casos que tem indicação de tratamento cirúrgico. Esse último fica reservado aos casos mais graves ou com compressão grave dos nervos da coluna. Em síntese, todos devemos fazer uma auto-análise para saber porque não conseguimos melhorar da dor nas costas. Será que temos feito todo o possível para viver bem com a coluna que temos? Essa pergunta pode ser a chave para a melhora da nossa qualidade de vida.